Sinopse

Um encontro familiar e as memórias de família vêm à tona. O silêncio de personagens anônimos, protagonistas de uma história brasileira recente e desconhecida é o que justificou a realização do documentário Memórias Clandestinas. Ele relata a vida da primeira esposa de Francisco Julião, Alexina Crespo, e sua atuação na organização das Ligas Camponesas - movimento social agrário que lutou contra a exploração do trabalhador rural e pela posse da terra entre 1950 e 1964. A história de Alexina passa pela organização das ligas, a guerrilha, o golpe e o exílio. 
Ao curar camponeses feridos que se deslocavam até sua casa para solicitar apoio do deputado/advogado Francisco Julião para que os defendesse, Alexina Crespo indigna-se e torna-se uma das mais fortes defensoras da causa camponesa. Ajuda a organizar e a expandir as ligas, mas seu trabalho ficou no silêncio, na coxia, na clandestinidade.
O documentário reune relatos sobre a infância dos filhos de Alexina: Anatailde, Anatilde, Anatólio e Anacleto. Entre brincadeiras e humor, risos e aconchego, eles descrevem as lembranças da casa onde a família morou, na Rua Cruz Macedo em Caxangá. Memórias Clandestinas toma como ponto de partida a antiga casa, já destruída pelo tempo, onde os filhos de Alexina brincavam e onde começou o contato com os camponeses. As memórias da família vem à tona na casa do presente, onde foram reunidos os filhos, netos e bisnetos para a experiência de narrar e registrar essas memórias num dia de domingo. O documentário retoma, por meio da história de Alexina, a memória de um momento importante para a história do Brasil, o movimento das Ligas Camponesas ocorrido há 55 anos, ressaltando a questão da luta pelos direitos humanos e valorizando o papel da mulher nos movimentos sociais, papel relegado ao segundo plano pela história brasileira.